Actualmente, de
acordo com as linhas orientadoras da Organização Mundial de Saúde, é
aconselhado que os bebés durmam em DD (de barriga para cima) a fim de evitar a
síndrome de morte súbita.
Este não tem uma causa determinada, mas parece estar
relacionado com um défice de oxigénio em bebés quando deitados em DV (de
barriga para baixo) e uma imaturidade de algumas zonas dos seus cérebros.
Desde 1992 que estas
recomendações fizeram diminuir em mais de 50% as mortes no primeiro ano de
vida, contudo contribuíram para o aparecimento mais frequente de deformidades
cranianas nos bebés.
As deformidades
cranianas surgem devido a pressões externas exercidas na cabeça do bebé por
longos períodos de tempo:
por factores intra
uterinos (tipo de parto, alterações pélvicas maternas, gestação múltipla, etc);
- prematuridade;
- torcicolo muscular congénito;
- deitado de barriga para cima de forma prolongada (para evitar síndrome de morte súbita), por exemplo.
Existem vários tipos
de deformidades cranianas, sendo a mais comum a plagiocefalia que significa
cabeça oblíqua - “plágio” = oblíquo e “cefalia” = cabeça.
Através da análise
cuidada da história pré, peri e pós natal, e do exame físico do bebé pode
fazer-se o diagnóstico desta disfunção sem qualquer necessidade de exames
radiológicos de imagem.
Se observamos o
crânio de topo, em caso de plagiocefalia, este tem o formato de um
paralelograma com um achatamento oblíquo, a orelha do mesmo lado é mais
anterior e a testa e o malar parecem mais proeminentes. O bebé também pode
parecer ter menos cabelo na zona achatada.
Contudo isto não é
um problema puramente estético. Todas estas assimetrias e consequentes
restrições de mobilidade dos ossos podem condicionar o correcto funcionamento
de nervos, artérias e veias provocando, por exemplo, refluxo, náuseas,
problemas oculares e auditivos, escoliose, problemas na alimentação e na
fonação, falta de concentração, entre outros.
E
o melhor tratamento? É mesmo a prevenção!
- quando estiver a dormir de barriga para cima, alternar as posições da cabeça;
- se o bebé estiver desperto e sob vigilância, optar por coloca-lo de barriga para baixo (tummy time);
- evitar manter o bebé por longos períodos de tempo nas cadeiras de transporte ou espreguiçadeiras;
- alternar o braço que usa para amamentar o bebé e a posição que o segura no colo;
- em caso de torcicolo, ensinar os pais estratégias e exercícios para mobilizar o pescoço;
- utilizar almofada certificada para prevenção de deformidades cranianas (p.e. mimos ®).;
- ser avaliado por um Osteopata experiente nos primeiros dias de vida, porque quanto mais tempo passa mais sessões serão necessárias para obter os resultados pretendidos.
A osteopatia
craniana utiliza técnicas manuais suaves e indolores que vão promover a
mobilidade dos ossos do crânio para que o seu crescimento seja harmonioso e
corrigindo assim qualquer assimetria.
Um estudo
experimental controlado aleatorizado de Nuñez Prado em 2007 com 45 bebés
mostrou que o grupo intervencionado com osteopatia teve melhor evolução (94.4%)
que o grupo controlo (sem tratamento).
Assim, com as novas
normativas sobre a síndrome de morte súbita e muitos outros factores, podemos
afirmar que as deformidades cranianas são um problema cada vez mais comum,
contudo não devem ser encaradas como algo normal! Existem várias estratégias
que pode e deve adoptar e o seu Osteopata pode ajudá-lo a avaliar e tratar o
seu bebé!
Fontes:
American academy of
pediatrics (2017). Sleep Position: Why Back is Best
Moon, Rachel Y.
(2013) Sleep – what every parent needs to know. American academy of pediatrics
Ricard, François;
Martinez, Elena (2015). Osteopatia y pediatria. Editoral Medos.
http://www.almofadamimos.pt
http://www.elmann.com/braquicefalia-diagnostico-informacoes
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